Quando a criatividade emperra, recorro à escrita automática.
Desta vez, dei-lhe uns toques, poucos, mais a nível da estética linguística, para vos mostrar. Foi assim:

A criatividade fugiu-lhe por entre os dedos finos e longos, como os longos minutos que espera por quem nunca chega a chegar.
Bater nos nós das árvores, altas e finas, que badalam vinte e cinco vezes o som do relógio de cucu, sem sequer saberem o porquê de o fazer com tamanha preocupação. Depois, vestiram de folhagem seca todos os tapetes da região, nunca permitindo que se aproximasse a hora de levantar o voo das cegonhas que, com os perús, sonharam com outras paragens.
Só isto e acompanhar as ideias e agrilhoá-las a este papel e elas olham já muito saudosas para as que conseguiram escapar. Invejosas, pensou o pernilongo que tentava saltitar, porque antes vira alguém fazê-lo.
Fora depois interrompida pela entrada do som do telefone. Parou. Escrever e ouvir ao mesmo tempo não faziam as suas delícias, o que não significava que disso não fosse capaz.

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