- Eles sem mim não podem ir - murmurou, enquanto ela sentia as suas gotas regulares sobre o dorso quente.
Partiriam nessa madrugada e, em jeito de despedida, fundia-se nela para a levar marcada na pele.
- Vou ter mesmo de ir - dizia para si mesmo, sem com isso abrandar o ritmo certo como quem bebe sôfrego, calando a sede.
- Mas eu volto - concluiu tranquilizante.
Quase disse que o esperaria, mas pareceu-lhe, mais do que um cliché de romance de cordel, uma óptima forma de trair a sua nova atitude, ganha à força de muitas lágrima e dor no peito.
- Tens de ir.
- Não consigo - e repousou sobre ela, beijando-lhe a nuca, enquanto lhe segurava o cabelo como uma crina.

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