"I open my eyes and look at the floor and now I don't see you anymore..." - disse-lhe em SMS antes de se ir deitar. Em resposta "Vem".
Ela foi. Passados uns trinta minutos tocava à campainha. Ele desceu e abriu-lhe a porta.
Ela sentiu tudo num segundo. "Não estás sozinho, pois não?" Ele saiu e segurou-a delicadamente pelos ombros "Pensei que já não vinhas. Dá-me vinte minutos." Ela soltou uma gargalhada e logo ele percebeu "Já ouviste isto nalgum lado..."
Ela mostrou-lhe que entendia a situação e sabia que mais cedo ou mais tarde algo do género iria acontecer. Foi esse um dos motivos que fez com que nunca se permitisse acreditar que era tão especial ou a favorita.
Surpreendeu-se com a sua compreensão quando riu, sorriu, o beijou e permitiu que a segurasse nos seus braços e dançasse com ela em plena rua. Conseguiu manter-se firme e negar os apenas dez minutos que ele lhe pediu ainda, insistindo que era com ela que queria ficar.
Vindo de casa, surpreendeu-os o ruído de alguém que parecia aproximar-se e, a correr, ela despediu-se e subiu as escadas para o passeio.
Somente já dentro do carro a caminho de casa, sentiu o orgulho ferido pela opção de fugir sem saber de quem - na mais provável certeza, uma qualquer jovem inexperiente apanhada pelas palavras doces e promissoras de tão ameaçadora solidão.